A disputa entre algumas das principais incorporadoras paulistas está sendo estendida da capital para a região metropolitana de Campinas. Com as opções de terrenos na grande São Paulo diminuindo, os preços dos terrenos em alta e o estoque de metragem para construção restrito, nomes como Gafisa, Cyrela e Brookfield buscam colocar um pé ou ampliar participação na maior cidade do interior do estado. "Todas as incorporadoras grandes de São Paulo elegeram Campinas como mercado muito relevante. De um ano para cá, isso se acentuou muito", diz Pedro Candreva, diretor nacional da consultoria imobiliária Jones Lang Lasalle.
De fato, de acordo com Luiz Paulo Pompeia, diretor da consultoria imobiliária Embraesp, Campinas já disputa com Belo Horizonte a terceira posição j unto aos maiores mercados imobiliários brasileiros. Entre os motores da expansão, ele cita uma população entre 2,5 milhões e 3 milhões de habitantes, que cresce acima da média brasileira e tem bom potencial de renda.
"Estimamos que o mercado de Campinas comporte de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões em lançamentos por ano", afirma André Lucarelli, superintendente de i ncorporação da unidade Sul e interior de São Paulo da Brookfield Incorporações. Como base de comparação, ele cita São Paulo, que com 22 milhões de habitantes, absorve cerca de R$ 20 bilhões ao ano.
Além disso, diz o executivo, é um mercado que ainda aceita a permuta de terrenos por apartamentos que serão construídos sobre eles e não exige a "montagem de terrenos", expressão que define a prática de compra e demolição de pequenos imóveis contíguos para a abertura de novas áreas de construção.
" Dado que Campinas está num raio de cerca de 100 quilômetros de São Paulo, e que no meio do caminho temos Jundiaí, com seus cerca de 500 mil habitantes, não faz sentido não olharmos para esses mercados", afirma Ubirajara Spessotto, diretor-geral da Cyrela São Paulo.
Vantagem logística
Spessotto diz que a proximidade permite às incorporadoras que atuam na capital paulista ampliar seu mercado potencial sem precisar aumentar muito a estrutura. "Se deslocar até Campinas, às vezes, é mais fácil que chegar a um bairro distante de São Paulo", diz o executivo.
Foi um dos motivos que levou também a Brookfield a aumentar sua programação de lançamentos no mercado campineiro, diz Nicholas Reade, presidente da companhia. Só neste ano, a incorporadora pretende ofertar na cidade empreendimentos que somam cerca de R$ 450 milhões em valor geral de vendas (VGV). São quase 10% dos R$ 5 bilhões previsto pela companhia para todos os mercados em que atua no país.
Por sua vez, a Cyrela tem programados cerca de R$ 180 milhões em lançamentos para o próximo ano na região. E a Living, sua empresa dedicada à construção de imóveis para baixa renda, mais R$ 1 bilhões, até 2012, o dobro do volume lançado pela incorporadora na cidade nos últimos cinco anos, afirma Romeu Braga Neto, diretor de incorporação da Living.
A Gafisa e a Tenda, seu braço para o mercado de construções voltado a classe C, não têm lançamentos programados para Campinas neste ano. Mas estão atrás de áreas para comprar, diz Guilherme Carlini, gerente de prospecção da companhia para o estado de São Paulo.
Antes de ser adquirida pela Gafisa, a Tenda chegou a ser uma das companhias mais ativas na região de Campinas. Mas nos últimos três anos, diz o executivo, não lançou nenhum projeto. A Gafisa também já esteve presente no mercado Campineiro. Depois saiu. "A ideia é termos lançamentos para 2012. Mas ainda não temos nada assinado", afirma o executivo.
Fonte : Brasil Econômico, Dubes Sônego
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