Depois de quatro anos operando com uma holding de imobiliárias e de consolidar sua operação no mercado de imóveis novos, a Brasil Brokers agora quer virar líder também no mercado de usados.
Julio Piña, diretor de Negócios da empresa que possui 26 imobiliárias sob seu guarda-chuva, explica que as negociações de imóveis no país, no ano passado, geraram R$ 350 bilhões, número calculado com base na arrecadação do Imposto de Transmissão de Imóveis (ITBI). “85% é de negociações secundárias”, afirma.
Ou seja, R$ 297,5 bilhões. No entanto, o grupo que existe há cinco anos, focou seus negócios iniciais no setor primário, com 85% de sua receita.
“Com isso temos muito espaço para crescer”, conclui o diretor. A meta agora é adquirir imobiliárias que tenham expertise no mercado de imóveis usados. “Mas queremos grandes ‘players’ que tenham reputação no mercado, qualidade de gestão e ambição para crescer”, explica Piña. “Sempre mantemos o gestor local. Hoje temos 40 sócios”, conta.
Antes de entrar com força nesse mercado, a empresa decidiu agrupar a maior parte de suas imobiliárias sobre a marca Brasil Brokers. Dezessete delas passarão a assinar com o nome do grupo, mas ainda levando sob a placa o nome original como endosso. “Desde que fizemos o IPO, todos perguntavam se este era o objetivo.
Respondíamos que isto ia acontecer um dia e este momento chegou”, explica o presidente da empresa, Sérgio Freire. “Contratamos uma empresa de consultoria para fazer uma pesquisa. O resultado mostrou que a marca agora já adquiriu valor e peso no mercado”, conta Freire. “Chegamos até a testar outras marcas, mas a Brasil Brokers foi a que teve maior aderência a todos os atributos.”
Freire explica que vai manter as marcas locais como chancela. “Em Natal, a Abreu Imóveis é referência de localização. Assim como, em Salvador, a Brito Amoedo é fortemente reconhecida”, explica Piña. “Num futuro, elas vão desaparecer também, mas será outra etapa”.
A empresa, que foi criada a partir de 16 aquisições feitas pelos sócios da Gulf Investment, entre janeiro e agosto de 2007, já comprou ao todo 30 imobiliárias. Graças a algumas fusões, hoje são 26 empresas que pertencem a Freire, Piña e Ney Prado Junior.
O trio focará suas compras agora no mercado de São Paulo, de onde já vem 55% de sua receita. “É um mercado forte e estratégico. Além disso, não há grande ‘player’ no secundário”.
Para entrar nesse mercado competitivo, a empresa que já tem 32,4% do market share dos lançamentos paulistas, segundo dados Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), decidiu, em São Paulo, manter suas marcas tradicionais, onde possui mais de 300 pontos de vendas de imóveis.
“Temos três marcas fortes em São Paulo, a Delforte Frema, a Abyara e a Avance, que é exclusiva da PDG. Todas têm bons resultados e elas até têm uma competição saudável”, alega Piña. O executivo reconhece que, apesar de em alguns momentos as corretoras Delforte Frema e Abyara trabalhem juntas, elas competem num mercado diferenciado. “A Frema tem um tíquete um pouco maior”, reconhece Sérgio Freire.
A empresa já unificou a operação de todas as imobiliárias, mesmo as que vão manter o nome antigo, com investimento de R$ 6 milhões. “Já há uma integração contábil e operacional”, conta o diretor. Agora estão criando um único portal na internet que abrangerá todos os mercados em que operam.
Para marcar a unificação, a Brasil Brokers investe em propaganda. Está finalizando um contrato de patrocínio com o Flamengo e vai lançar, em setembro, uma campanha em mídia impressa e nas redes sociais para divulgar sua marca. “O Flamengo nos dará uma visibilidade muito grande. São 40 milhões de flamenguistas”, se empolga Freire. “Só em 2010 foram vendidas 1,60 milhão de camisas. É uma oportunidade única.”
No segundo trimestre de 2011, a receita líquida da Brasil Brokers foi de R$ 99,929 milhões, um crescimento de 17,29%, enquanto lucro líquido cresceu 46,6%, para R$ 31,662 milhões.
Fonte:Blog Etica Imobiliaria